A convivência entre poeta e leitor, só no silêncio da leitura a sós. A sós, os dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, não quer que interpretem, que cantem, que dancem um poema. O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio…
A mentira é uma verdade que não aconteceu.
Poesia é comunicação…a sós.
O triste dos caminhos é que eles jamais podem ir aonde querem.
Das delicadezas que a vida ensina, o mais bonito sempre fica: Os laços que se formam entre duas almas também são formas de abraço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braçanão.
Nós só amamos os amigos mortos e só as amadas mortas amam eternamente…Sempre
Jamais se saberá com que meticuloso cuidado veio o Todo e apagou o vestígio de Tudo E Quando nem mais suspiros havia Ele surgiu de um salto Vendendo súbitos espanadores de todas as cores
O mais difícil mesmo é a arte de desler.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas.
E chove sem saber por quê…E tudo foi sempre assim! Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin…Alienação!
Eu só pediria licença para lembrar que os alienados são precisamente os que têm uma ideia fixa.
Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio – um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio… Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.
Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade…
Com o OO de espanto, seus RR guturais, seu hirto H, HORROR é uma palavra de cabelos em pé, assustada da própria significação.
Perdoas… és cristão… bem o compreendo…E é mais cômodo, em suma. Não desculpes, porém, coisa nenhuma, que eles bem sabem o que estão fazendo…
Repara como o poeta humaniza as coisas: dá hesitação às folhas, anseios ao vento. Talvez seja assim que Deus dá alma aos homens.
Uma folha, ai, melancolicamente, cai!
A maioria das gentes vive de convicção e não de idéias.
A indiferença é a mais refinada forma de polidez.