Frases Filosóficas

A fome quando ferra nos faz feras.

Mentir não passa de uma benevolência: revelar aquilo que os outros querem acreditar.

Só temos como nossos os filhos que são infelizes. Os outros, os que gozam de felicidade, acabam se afastando, em suave dança com a Vida.

A prisão é um lugar onde se dorme muito e o sonho substitui o viver. É a única coisa que o sistema não pode encarcerar: os sonhos.

Chorar junto pode ser melhor do que fazer amor…

A vida são fósforos, acendendo-se uns em outros que se apagam.

Somos todos parecidos: santos para viver, demónios para sobreviver.

O problema da solidão é que não temos ninguém a quem mentir.

Só há um modo de enfrentar as más lembranças: é mudar radicalmente de viver, decepar raízes e fazer as pontes desabarem.

Os lugares morrem como os frutos: quando já não dão semente.

As mãos não são nada sem o coração.

Não há conhecer sem lembrar. Mas o conhecer é um engano. E o lembrar é uma mentira.

Os espíritos não vêm de nenhum lugar. São como a água: estão dentro de nós.

Nascemos e choramos. A nossa língua materna não é a palavra. O choro é o nosso primeiro idioma.

O livro deve ser objeto e mercadoria para chegar às nossas mãos. Mas só somos donos desse objeto quando ele deixa de ser objeto e deixa de ser mercadoria. O livro só cumpre o seu destino quando transitamos de leitores para produtores do texto, quando tomamos posse dele como seus coautores.

O escritor desafia os fundamentos do próprio pensamento. Ele vai mais longe do que desafiar os limites do politicamente correto. Ele subverte os próprios critérios que definem o que é correto, ele questiona os limites da razão.

O que um escritor nos dá não são livros. O que ele nos dá, por via da escrita, é um mundo. Esse universo nós o ignorávamos, mas existia em nós uma silenciosa lembrança de um fascínio perdido. A luz e sombra da página existiam já adormecidas dentro de nós. A leitura nos dá uma espécie de ré encantamento.

A escrita não é um veículo para se chegar a uma essência. A escrita é a viagem, a descoberta de outras dimensões e de mistérios que estão para além das aparências.

A arrogância da espécie humana coexiste com um sentimento contraditório de desproteção total. Nos dias de hoje, todas as nações, mesmo as mais poderosas, estremecem nas mãos de algo que nos escapa, um destino cego, um horizonte enevoado. De súbito, o Homem redescobre a sua fragilidade, a sua infinita solidão.

O dever do escritor para com a língua é recriá-la, salvando-a dos processos de banalização que o uso comum vai estabelecendo.

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