O povo português é, essencialmente, cosmopolita. Nunca um verdadeiro português foi português: foi sempre tudo.
Frases Filosóficas
De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.
Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela.
Custa tanto ser sincero quando se é inteligente! É como ser honesto quando se é ambicioso.
O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade.
Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.
Tudo é ousado para quem nada se atreve.
O homem é do tamanho do seu sonho.
A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.
A ironia é o primeiro indício de que a consciência se tornou consciente.
A memória é a consciência inserida no tempo.
Haja ou não deuses, deles somos servos.
Nenhuma ideia brilhante consegue entrar em circulação se não agregando a si qualquer elemento de estupidez. O pensamento coletivo é estúpido porque é coletivo: nada passa as barreiras do coletivo sem deixar nelas, como real de água, a maior parte da inteligência que traga consigo.
Digo-vos: praticai o bem. Por quê? O que ganhais com isso? Nada, não ganhais nada. Nem dinheiro, nem amor, nem respeito, nem talvez paz de espírito. Talvez não ganheis nada disso. Então por que vos digo: Praticai o bem? Porque não ganhais nada com isso. Vale a pena praticá-lo por isto mesmo.
Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-se poder, porque se perde em querer.
Deus é o existirmos e isto não ser tudo.
A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes – brilhos do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias – que têm o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções.
A renúncia é a libertação. Não querer é poder.
Os críticos podem dizer que determinado poema, longamente ritmado, não quer, afinal, dizer senão que o dia está bom. Mas dizer que o dia está bom é difícil, e o dia bom, ele mesmo, passa. Temos, pois, que conservar o dia bom em memória florida e prolixa, e assim constelar de novas flores ou de novos astros os campos ou os céus da exterioridade vazia e passageira.
A beleza de um corpo nu só a sentem as raças vestidas. O pudor vale sobretudo para a sensibilidade como o obstáculo para a energia.