Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar# não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada.
Frases Filosóficas
Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos# E para mais me espantar os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos.
Amor é fogo que arde sem se ver# É ferida que dói, e não se sente# É um contentamento descontente# É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer# É um andar solitário entre a gente# É nunca contentar-se de contente# É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade# É servir a quem vence, o vencedor# É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar me, e novas esquivanças# que não pode tirar me as esperanças, que mal me tirará o que eu não tenho.
Tenho orgulho de jogar pelo Real Madrid porque me divirto# Quando você não está se divertindo, é um sinal de que é hora de sair. Por enquanto, estou feliz aqui no maior clube do mundo.
Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança# do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem, se algum houve, as saudades.
Torna a fugir-me# e eu gritando: – Dina…Antes que diga: – mene, acordo, e vejo que nem um breve engano posso ter.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança# Todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Lá numa saudade, onde estendida a vista pelo campo desfalece, corro pera ela# e ela então parece que mais de mim se alonga, compelida.
Ali manda, ali reina, ali namora, ali vive das gentes venerado# que o vivo lume e o rosto delicado imagens são nas quais o Amor se adora.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos a diversas vontades! Quando lerdes num breve livro casos tão diversos, verdades puras são e não defeitos# e sabei que, segundo o amor tiverdes, tereis o entendimento de meus versos.
Estando em terra, chego ao Céu voando# numa hora acho mil anos, e é de jeito que em mil anos não posso achar um’hora.
Vira-se claramente, ó Dama delicada, que em vós se esmerou mais a Natureza# e eu, de gente em gente, trouxera trasladada em meu tormento vossa gentileza. Somente a aspereza de vossa condição, Senhora, não dissera, porque se não soubera que em vós podia haver algum senão. E se alguém, com razão, — Porque morres? dissera, respondera: — Mouro porque é tão bela que inda não sou para morrer por ela.
Pintara os olhos belos que trazem nas mininas o Minino que os seus neles cegou# e os dourados cabelos em tranças d’ouro finas a quem o Sol seus raios abaixou# a testa que ordenou natura tão formosa# o bem proporcionado nariz, lindo, afilado, que a cada parte tem a fresca rosa# a boca graciosa, que querê-la louvar é escusado# enfim, é um tesouro: os dentes, perlas# as palavras, ouro.
Erros meus, má Fortuna, Amor ardente. Em minha perdição se conjuraram# Os erros e a Fortuna sobejaram, que para mim bastava Amor somente.
Tudo passei# mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos# Dei causa (a) que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças.
Se me pergunta alguém porque assim ando, respondo que não sei# porém suspeito que só porque vos vi, minha Senhora.
Um encolhido ousar# uma brandura# um medo sem ter culpa# um ar sereno# um longo e obediente sofrimento: Esta foi a celeste formosura da minha Circe, e o mágico veneno que pôde transformar meu pensamento.
Tanto de meu estado me acho incerto, que em vivo ardor tremendo estou de frio# sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo abarco e nada aperto.