Homem: um animal tão perdido na contemplação voluptuosa daquilo que pensa que é que se esquece de refletir sobre aquilo que deveria ser. A sua atividade principal é o extermínio dos outros animais e da sua própria espécie, que, no entanto, se multiplica com tal rapidez que já infesta todo o mundo habitável.

Se você olhar pro aspecto natural das coisas você vai ver que o pássaro, o golfinho e a baleira cantam de graça e bonito pra caramba… 

Só em tais extremos é que nos apercebemos de como toda a gente está perdida em si própria para lá da esperança da salvação, e a única consolação é ver outras pessoas e a lei que as governa a elas e a tudo.

Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada.

Quem pode mostrar em sua mão os despojos, sempre tem por si a presunção da vitória.

…mas eu sabia que já éramos como as nuvens que se juntam nos céus e não se consegue mais dizer onde começa uma e acaba a outra.

Gosto de cachaça de alambique. Agora fui proibido de beber, mas bebo no fim-de-semana.

Ninguém tem medo da morte. Ao nascer, não há outra finalidade certa que não seja a morte. Hoje, na minha idade, penso que a morte, quer para um religioso e crente, como eu sou, quer para um leigo, será a única entrada para o absoluto.

Os casos excepcionais são todos os que há no mundo. Cada um de nós, como homem, é inteiramente excepcional. Não há ninguém igual a cada um de nós em todos os biliões de homens que existem, nem fisicamente nem psicologicamente. Tudo é excepção. E todas as coisas que existem no mundo deviam ser excepções aplicadas a esses seres excepcionais. Simplesmente, as condições da sociedade em que vivemos obrigam todos nós a, lentamente, nos irmos parecendo uns com os outros.