Lá no morro
De amor o sangue corre
moça chorando
Que o verdadeiro amor sempre é o que morre

É quatro horas. Eu já fiz almoço – hoje foi almoço. Tinha arroz, feijão e repolho e linguiça. Quando eu faço quatro pratos penso que sou alguém. Quando vejo meus filhos comendo arroz e feijão, o alimento que não está no alcance do favelado, fico sorrindo à toa. Como se eu estivesse assistindo um espetáculo deslumbrante.

Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.

O maior empobrecimento provém da falta de ideias, da erosão da criatividade e da ausência de debate produtivo. Mais do que pobres, tornamo-nos inférteis.

Uma palavra mal colocada estraga o mais belo pensamento.

É extraordinário como nos tornamos violentos quando queremos agradar ao mundo. Agradar ao mundo resume o comportamento da sociedade nos seus aspectos mais retóricos.

A memória é a consciência inserida no tempo.

Percebi que a cada minuto tem um olho chorando de alegria e outro chorando de luto, tem louco pulando o muro, tem corpo pegando doença, tem gente trepando no escuro, tem gente sentindo ausência.

Para bom entendedor, meia palavra basta.