Nós estamos a assistir ao que eu chamaria a morte do cidadão e, no seu lugar, o que temos e, cada vez mais, é o cliente. Agora já ninguém nos pergunta o que é que pensamos, agora perguntam-nos qual a marca do carro, de fato, de gravata que temos, quanto ganhamos.

Basta um avião sacudir um pouquinho mais, e logo todos os passageiros ficam parecidos com a foto do passaporte.

A bordo do mesmo navio distanciam-se duas criaturas.

Creio para compreender, e compreendo para crer melhor.

Eles dizem que música pode alterar seu comportamento e falar com você. Mas pode carregar um arma e atirar também?

Vestiu o drama uma última vez.Se liquidou em sua liquidez

Dentro de mim, vão nascendo palavras líquidas, num idioma que desconheço e me vai inundando todo inteiro.

Os lugares morrem como os frutos: quando já não dão semente.

A cidade não é um lugar. É a moldura de uma vida. A moldura à procura de retrato, é isso que eu vejo quando revisito o meu lugar de nascimento. Não são ruas, não são casas. O que revejo é um tempo, o que escuto é a fala desse tempo. Um dialeto chamado memória, numa nação chamada infância.