Frases Filosóficas

Que posto que estivesse apercebido, não levais de vencer-me grande glória; maior a levo eu de ser vencido.

Se tanta pena tenho merecida em pago de sofrer tantas durezas, provai, Senhora, em mim vossas cruezas, que aqui tendes uma alma oferecida.

Brado: – Não me fujais, sombra benina! Ela, os olhos em mim c’um brando pejo, como quem diz que já não pode ser,

Torna a fugir-me; e eu gritando: – Dina…Antes que diga: – mene, acordo, e vejo que nem um breve engano posso ter.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.

Se me pergunta alguém porque assim ando, respondo que não sei; porém suspeito que só porque vos vi, minha Senhora.

Erros meus, má Fortuna, Amor ardente. Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a Fortuna sobejaram, que para mim bastava Amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa (a) que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças.

Um encolhido ousar; uma brandura; um medo sem ter culpa; um ar sereno; um longo e obediente sofrimento: Esta foi a celeste formosura da minha Circe, e o mágico veneno que pôde transformar meu pensamento.

Tanto de meu estado me acho incerto, que em vivo ardor tremendo estou de frio; sem causa, juntamente choro e rio, o mundo todo abarco e nada aperto. 

É tudo quanto sinto, um desconcerto; da alma um fogo me sai, da vista um rio; agora espero, agora desconfio, agora desvario, agora acerto. 

Estando em terra, chego ao Céu voando, num’hora acho mil anos, e é de jeito que em mil anos não posso achar um’ hora.

Um despejo quieto e vergonhoso; um repouso gravíssimo e modesto; uma pura bondade, manifesto indício da alma, limpo e gracioso;

O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto de neve fria, e em mim converte em choro um doce canto. E afora este mudar-se a cada dia, outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soia.

Um mover de olhos, brando e piedoso, sem ver de quê; um riso brando e honesto, quase forçado; um doce e humilde gesto, de qualquer alegria duvidoso;

O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto: que não se muda já como soía.

Estando em terra, chego ao Céu voando; numa hora acho mil anos, e é de jeito que em mil anos não posso achar um’hora.

Anda sempre tão unido o meu tormento comigo que eu mesmo sou meu perigo.

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