E sou já do que fui tão diferente que, quando por meu nome alguém chama, pasmo, quando conheço que ainda comigo mesmo me pareço.
Frases Filosóficas
A tristeza no coração é como a traça no pano.
Inimiga não há, tão dura e fera, como a virtude falsa da sincera.
Coisas impossíveis, melhor esquecê-las que desejá-las.
Pouco sabe da tristeza quem, sem remédio para ela, diz ao triste que se alegre; pois não vê que alheios contentamentos a um coração descontente, não lhe remediando o que sente, lhe dobram o que padece.
O amor é uma ferida que dói, e não se sente;
Amar é um cuidar que se ganha em se perder.
Tu es a cativa que me tens cativo
Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; E para mais me espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau, mas fui castigado: Assim que só para mim anda o mundo concertado.
Nas praias desertas onde mar junta ciscos, para castiçal do inferno, o cão é melhor do que cristo.
Amor é um brado afeito que Deus no Mundo pôs e a Natureza para aumentar as coisas que criou. De amor está sujeito tudo quanto possui a redondeza; nada sem este efeito se gerou. Por ele conservou a causa principal o Mundo amado donde o pai famulento foi deitado. As coisas ele as ata e as conforma com O Mundo,e reforma a matéria. Quem há que não o veja? Quanto meu mal deseja, sempre forma.
Se noutro corpo uma alma se traspassa, não como quis Pitágoras, na morte, mas como quer Amor, na vida escassa…
Que dias há que n’alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.
Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde amor um mal, que mata e não se vê.
Extremos são de amor os que padeço, ó humano tesouro, ó doce glória; e se cuido que acabo então começo.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Em vos louvar, Senhora, não me fundo, porque quem vossas cousas claro sente, sentirá que não pode merecê-las.
Que de tanta estranheza sois ao mundo, que não é d´estranhar, Dama excelente, quem vos fez, fizesse Céu e estrelas.
Depois de tantos dias mal gastados, depois de tantas noites mal dormidas, depois de tantas lágrimas vertidas, tantos suspiros vãos vãmente dados, como não sois vós já desenganados, desejos, que de cousas esquecidas quereis remediar mortais feridas, que amor fez sem remédio, o tempo, os Fados?
Se não tivéreis já longa exp’riência das sem-razões de Amor a quem servistes, fraqueza fora em vós a resistência.