Quem não gosta de polêmicas ou é mentiroso ou um monomaníaco de primeira.
Frases para Pensar
É um defeito particularmente português queremos distinguir-nos do empreendimento onde trabalhamos e de que fazemos parte. Preferimos falar, distantemente, do «lugar» ou «sítio» onde trabalhamos, como se fosse apenas uma questão utópica de localização.
Os livros são como amizades que se fazem. É um erro sentimental dizer que são amigos. Só as pessoas e os animais podem ser amigas – e mesmo os animais têm pouco voto na matéria, coitados. Se calhar, os livros nem amizades são. São mais conhecimentos que se travam e que, nalguns poucos casos, se aceleram, para se tornarem amizades.
Tanto a ciência como a religião estão muito atrasadas e são, desproporcionalmente, arrogantes e ambiciosas de mais, querendo ou sonhando explicar tudo o que é, sempre foi e manter-se-á incompreensível. Para o nosso bem ou mal: não somos capazes de fazer ideia.
O frio torna as paisagens mais nítidas. O calor esborrata-as.
Viver torna-se uma tão estúpida obsessão que dormir bem – sempre mais do que se precisaria, esticando a ronha até ao limite do olho fechado – é cada vez mais considerado como um abraço acamado que se dá à Morte. Que disparate: dormir é viver bem.
O ser humano, por natureza, prefere o passado ao futuro ou vice-versa, sempre à custa do presente. Tanto a ideia que as coisas vão melhorar (não podem piorar mais) como a ideia que não vão piorar (é triste ficar na mesma).
Os portugueses são pouco dados a elogios – temem que afecte negativamente a qualidade e positivamente o preço.
O futuro é contra nós. Temos de roubar o que pudermos, enquanto podemos. A música e a poesia são consolações da vida. Mas valem mais as poucas coisas que fizemos ou vivemos que já ninguém nos tira.
Por que se me virá todo o amor inesperadamente quando me sinto triste e te sinto longínqua.
Que importa que meu amor não pudesse aguardá-la. A noite está despedaçada, e ela não está comigo.
Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo, que solidão errante até tua companhia!
Saudade é amar um passado que ainda não passou. É recusar o presente que nos magoa. É não ver o futuro que nos convida.
O amor é breve. Esquecer dura tanto.
Se me perguntam o que é minha poesia devo dizer-lhes não sei; mas se perguntam à minha poesia, ela lhes dirá quem sou eu.
Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida.
Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também… Pois amor é feito espelho: – tem que ter reflexo.
É tão curto o amor e tão longo o esquecimento.
Semeemos a planície antes de arar a terra.
Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra.”