Frases de Florbela Espanca

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar…

A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento.

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Perdoo facilmente as ofensas, mas por indiferença e desdém: nada que me vem dos outros me toca profundamente.

Tão pobres somos que as mesmas palavras nos servem para exprimir a mentira e a verdade.

Ama-se quem se ama e não quem se quer amar.

Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isso que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive.

Pois de que falam os homens?! Que será que lhes põe nos olhos aquele brilho infernal, nas bocas aquela ruga, mais ou menos acentuada, de cobiça?! A febre dos negócios?… Os sonhos de glória? Ambições? Invejas? Não! Mulheres, unicamente.

Para quê alcançar os astros!? Para quê!? Para os desfolhar, por exemplo, como grandes flores de luz! Vê-los, vê-os toda a gente. De que serve então ser poeta se se é igual à outra gente toda, ao rebanho?

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura.

Sou aquele que passa e ninguém vê… Sou a que chamam triste sem o ser… Sou a que chora sem saber porquê… Sou talvez a visão que alguém sonhou, alguém que veio ao mundo pra me ver, e que nunca na vida me encontrou!

Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder… para me encontrar.

Não és sequer a razão de meu viver, pois que tu és já toda a minha vida.

Hoje a minha sede de infinito é maior do que eu, do que o mundo, do que tudo, e o meu espiritualismo ultrapassa o céu.

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços…São os teus braços dentro dos meus braços, via Láctea fechando o Infinito.

Diz-me, por que não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível?

Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados.

Fez muito bem em ter dormido como um anjo, pois a causa da insónia seria uma ilusão como muitas…

Eu tecerei uns sonhos irreais… Como essa mãe que viu o filho partir; como esse filho que não voltou mais!

Quantas vezes? Amor, já te esqueci, para mais doidamente me lembrar.. mais doidamente me lembrar de ti…

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