A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto.
Frases de Amor
Te amava por todos os teus complexos de derrota, pelo teu jeito contrastando com a glória dos atletas e até pela indecisão dos teus gestos sem pressa.
Te falei um dia fora da fotografia. Te amei com a mesma ternura que há num carinho rodeado de silêncio
E não sentiste quantas vezes minhas mãos usaram meu pensamento, afagando teus cabelos num êxtase imenso.
E assim te amo, vendo em tua forma e teu olhar toda uma existência trabalhada pela força e pela angústia que a verdade da vida sempre pede e que interminavelmente tens que dar!…
Desconheces que sou grande, porque eu vim da terra pura que pisas, porque sou a terra que amas
Espero o princípio, porque o fim já está comigo desde minha formação.
Na previsão do impossível e nos que esperam o céu quando suas almas habitam exiladas o vale intransponível[…]
E uma lágrima de fogo desce pela minha face: de que nada sou para o que fui criada e como um número ficarei até que minha vida passe.
Estou pensando […] Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos a impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos[…]
Eu já te amava pelas fotografias. Pelo teu ar triste e decadente dos vencidos, pelo teu olhar vago e incerto como o dos que não pararam no riso e na alegria.
O rosto da mulher madura entrou na moldura de meus olhos.
De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão.
Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria.
Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.
A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.
A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia.
Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.
Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente.
A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada.