Frases de Inspiração

E uma lágrima de fogo desce pela minha face: de que nada sou para o que fui criada e como um número ficarei até que minha vida passe.

Estou pensando […] Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos a impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos[…]

Eu já te amava pelas fotografias. Pelo teu ar triste e decadente dos vencidos, pelo teu olhar vago e incerto como o dos que não pararam no riso e na alegria.

O rosto da mulher madura entrou na moldura de meus olhos.

Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.

A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.

A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia.

Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.

De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão.

Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria.

A mulher madura, com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.

Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente.

A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada.

É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados.

A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago.

Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência.

A aranha vive do que tece.

Invejo as flores que murchando morrem, e as aves que desmaiam-se cantando e expiram sem sofrer…

Sou o sonho de tua esperança, tua febre que nunca descansa, o delírio que te há-de matar!

Deixo a vida como deixo o tédio.

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