Dizem que quando se gosta de algo ou alguém, a gente cuida, protege, quer estar perto, fazer parte da vida. Mas esse não foi o nosso caso. Eu aqui, trocando prioridades, te dando atenção e carinho, a ponto de fazer com que meus amigos sentissem ciúmes de ti. E você aí, no seu mundo. Dizendo que esse é o teu jeito. Dizendo que cuida e gosta da sua maneira.

Não há nada que recebamos com tanta relutância como os conselhos. 

Esse medo que os homens nutrem das mulheres, desses antigos demónios que apenas o gesto feminino pode soltar.

Sempre com mais medo ao escrever. É incompreensível. Cada palavra torcida nas mãos dos espíritos – este torcer de mãos é o seu gesto característico – torna-se numa lança que se volta contra o orador. Muito especialmente uma observação como esta. E assim «ad infinitum». A única consolação seria: acontece quer gostes quer não. E o que gostas não serve de nada. Mais do que consolação: também tu tens armas.

Um homem bom é livre, mesmo quando é escravo. Um homem mau é escravo, mesmo quando é rei. Não serve a outros homens, mas a seus caprichos. Tem tantos senhores quantos vícios.

Vive a vida o mais intensamente que puderes. Escreve essa intensidade o mais calmamente que puderes. E ela será ainda mais intensa no absoluto do imaginário de quem te lê.

Você fala demais

Quando queremos muito uma coisa e temos a coragem no sangue, o mundo inteiro pode cair que nós os mantemos de pé.

Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro.