Aos povos civilizados, porém, mormente no tempo em que vivemos, não os eleva ou abate a boa ou má fortuna de um capitão, porque o seu peso específico no gênero humano resulta de mais alguma coisa do que de um combate. Graças a Deus, a sua honra, dignidade, luz e gênio não são números que os heróis conquistadores, que são verdadeiros jogadores, arrisquem na lotaria das batalhas. Muitas vezes a perda de uma batalha é a conquista do progresso. Deslustra-se a glória, mas engrandece-se, alarga-se, torna-se mais ampla a liberdade; emudece o tambor para deixar falar a razão. Jogo é este, pois, em que quem perde ganha.
Frases Gerais
Modelar uma estátua e dar-lhe vida é belo; modelar uma inteligência e dar-lhe verdade é sublime.
Deus é o invisível evidente.
A liberdade começa onde acaba a ignorância.
A vida é uma longa despedida de tudo aquilo que a gente ama.
A dança expressa o que não se consegue dizer em palavras, mas que também não pode de forma alguma permanecer em silêncio.
Deus é a evidência invisível.”
Muitos grandes atos acontecem nas pequenas batalhas da vida
Vencidos tornam-se Vencedores – Só os povos bárbaros aumentam subitamente após uma vitória; são como a vaidade passageira das torrentes opulentas com as águas da tempestade.
Pobre de quem em nada crê!
As Armadilhas do Passado – Estudemos as coisas que já não existem. É necessário conhecê-las, ainda que não seja senão para as evitar. As contrafações do passado tomam nomes falsos e gostam de chamar-se o futuro. Esta alma do outro mundo, o passado, é atreita a falsificar o seu passaporte. Precatemo-nos contra o laço, desconfiemos dela. O passado tem um rosto, que é a superstição, e uma máscara, que é a hipocrisia. Denunciemos-lhe o rosto e arranquemos-lhe a máscara.
Os heróis de tão inacreditáveis aventuras não refletem na base dos heróis normais: têm, para o imprevisto e inaudito dos acontecimentos, reações também imprevistas e inauditas
Devaneios Reveladores – Na verdade, se nos fosse dado penetrar com os olhos da carne na consciência dos outros, julgaríamos com mais segurança um homem pelo que devaneia do que pelo que pensa. O pensamento é dominado pela vontade, o devaneio não. O devaneio, que é absolutamente espontâneo, toma e conserva, mesmo no gigantesco e no ideal, a figura do nosso espírito. Não há coisa que mais direta e profundamente saia da nossa alma do que as nossas aspirações irrefletidas e desmesuradas para os esplendores do destino. Nestas aspirações é que se pode descobrir o verdadeiro carácter de cada homem, melhor do que nas ideias compostas, coordenadas e discutidas. As nossas quimeras são o que melhor nos parece. Cada qual devaneia o incógnito e o impossível, conforme a sua natureza.
Quem conduz e arrasta o mundo não são as máquinas, mas as ideias.
Ávido de explicações e novas elucidações, o homem impõe respostas e encontra novas interrogações.
O destino nos pertence. A cada instante estamos a elaborá-lo, modificando-o ou estabelecendo-o através do que pensamos, do que dizemos e do que fazemos.
A posse é apenas circunstancial: hoje em minhas mãos, amanhã nas tuas, mais tarde …Ninguém detém a aurora ou o poder. Os recursos passam, a vida transita.
A liberdade de amar não e menos sagrada que a liberdade de pensar. O que hoje se chama adultério a muito tempo se chamou heresia.
Olho para o passado com embriaguez, mas não é com menos deslumbramento que encaro o nosso futuro. Eis-nos, agora, um do outro para todo o sempre, sem ansiedades, sem inquietações, sem angústias. Atravessamos e vencemos tudo o que era mal e que poderia ser fatal. Estamos na plena posse dos nossos dois destinos fundidos num só. O nosso amor não terá a frescura dos primeiros tempos, mas é um amor posto à prova, um amor que conhece a sua força, e que mesmo para além do túmulo, espera ser infinito. O amor, quando nasce, só vê a vida, o amor que dura vê a eternidade.
Liberdade, Estado, Igualdade e Fraternidade, são as bases da Sociedade Politicamente falando, não há mais do que um princípio – a soberania do homem sobre si mesmo. Essa soberania de mim e sobre mim chama-se Liberdade. Onde duas ou mais destas soberanias se associam principia o Estado. Nesta associação, porém, não se dá abdicação de qualidade nenhuma. Cada soberania concede certa quantidade de si mesma para formar o direito comum, quantidade que não é maior para uns do que para os outros. Esta identidade de concessão que cada um faz a todos chama-se Igualdade. O direito comum não é mais do que a proteção de todos dividida pelo direito de cada um. Esta proteção de todos sobre cada um chama-se Fraternidade. O ponto de intersecção de todas estas soberanias que se agregam chama-se Sociedade.