Frases Gerais

Se és de uma religião, cumpre-a, tendo simultaneamente a certeza de que tudo aquilo é nada.

Só persistindo no avanço terás a certeza de que te não deslocaste.

Consiste o progresso no regresso às origens: com a plena memória da viagem.

Um dia nada será de ninguém, pois todos acharão, por criadores, que têm tudo.

Todo o esforço de manter a personalidade impede o vir a tê-la.

As faltas dos outros de ti vêm: de não seres os outros e de seres os outros.

Não há fim supremo para o homem que não seja o de se ver, se ainda se vê, absorvido pelo Deus que o habita.

Bom tempo mesmo aquele que imagino ter sido.

Todo o progresso tem como meta a entropia.

Penso, como ser pensante, que nada existe senão o pensamento, o qual me pensa como ser pensante.

Por que tolerar? Parece-me ainda pior do que perseguir. No perseguir há um reconhecimento do valor.

É a posse mais terrível de todas, a escravatura mais completa, aquela que uma obra exerce sobre o seu criador. (…) Se você for um criador não dará a felicidade nem a si nem aos que estão imediatamente à sua volta.

A escrita não é uma técnica e não se constrói um poema ou um conto como se faz uma operação aritmética. A escrita exige sempre a poesia. E a poesia é um outro modo de pensar que está para além da lógica que a escola e o mundo moderno nos ensinam.

No conto (como em qualquer outro género literário) o mais importante não é o seu conteúdo literário, mas a forma como ele nos comove e nos ensina a entender não através do raciocínio mas do sentimento (será que existem estas categorias, assim separadas?).

O único conselho é este: escutar. Tornarmo-nos atentos a vozes que fomos encorajados a deixar de ouvir. Tornemos essas vozes visíveis. E mantenhamos viva essa capacidade que já tivemos na nossa infância de nos deslumbrarmos. Por coisas simples, que se localizam na margem dos grandes feitos. Um contínuo da escola, um servente que presta apoio às aulas laboratoriais, pode ser mais sugestivo do que o mais prestigiado académico. O que importa do ponto de vista do escritor é a capacidade que essa personagem tem de suscitar história e de nos revelar facetas da nossa própria humanidade.

Não podemos ter medo de não saber. O que devemos recear é o não termos inquietação para passarmos a saber.

A aversão pelo erro é o mais grave dos erros. É tão vital errarmos como acertarmos. Devemos afastar o medo de errar. Devemos manter o gosto por experimentar, mesmo cometendo falhas. A natureza foi evoluindo graças ao erro básico que é a mutação. Se os genes nunca falhassem não haveria a diversidade necessária para a continuidade da Vida.

Só se escreve com intensidade se vivemos intensamente. Não se trata apenas de viver sentimentos, mas de ser vivido por sentimentos.

Só se conta uma história que seja bonita se tivermos prazer nesse empreendimento.

O escritor é um ser que deve estar aberto a viajar por outras experiências, outras culturas, outras vidas. Deve estar disponível para se negar a si mesmo. Porque só assim ele viaja entre identidades. E é isso que um escritor é – um viajante de identidades, um contrabandista de almas. Não há escritor que não partilhe dessa condição: uma criatura de fronteira, alguém que vive junto à janela, essa janela que se abre para os territórios da interioridade.

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