Os que cuidam que tudo sabem necessitam de mais advertências, porque erram mais torpemente# por isso necessitam de mais conselhos, porque presumem que de nada carecem, cegueira em que os mais advertidos tropeçam.
Frases para Pensar
Mais fácil é unir distâncias, que casar opiniões e entendimentos.
A cegueira que cega cerrando os olhos, não é a maior cegueira# a que cega deixando os olhos abertos, essa é a mais cega de todas.
Os exemplos dos tempos passados costumam ser as regras e documentos para os presentes e futuros.
Fazer mais ostentosa a dignidade do que ela é em si, é afetar fortunas# e se lográ-las é motivo para a inveja, afetá-las é estímulo para o ódio.
É coisa tão dificultosa acomodar-se a trabalhar para viver, quem está costumado a outra vida, que esta mesma dificuldade é a que inventou a arte e artes de furtar.
E assim como não há mármore nem bronze tão duro que, ferido do raio do sol, não responda ao mesmo sol com a reflexão do seu raio, assim não há coração tão de mármore na dureza, e tão de bronze na resistência, que, prevenido no amor, o não redobre e corresponda com outro.
Entre o conhecimento do bem e do mal há uma grande diferença: o mal conhece-se quando se tem e o bem quando se teve# o mal, quando se padece, o bem, quando se perde.
Para aprender não basta só ouvir por fora, é necessário entender por dentro.
A admiração é filha da ignorância, porque ninguém se admira senão das coisas que ignora, principalmente se são grandes# e mãe da ciência, porque admirados os homens das coisas que ignoram, inquirem e investigam as causas delas até as alcançar, e isto é o que se chama ciência.
Os inimigos que mais temo a Portugal são soberba e ingratidão, vícios tão naturais da próspera fortuna que, como filhos da víbora, juntamente nascem dela e a corrompem.
Mas afronta a mesura de um adulador, que uma bofetada de um inimigo.
Se um homem está verdadeiramente arrependido, se conhece verdadeira e profundamente as suas culpas, nunca ninguém dirá dele tanto mal, que ele se não julgue por muito pior.
Amor e ódio são os dois mais poderosos afetos da vontade humana.
Vemos que todo este mundo é vaidade, que a vida é um sonho, que tudo passa, que tudo acaba, e que nós havemos de acabar primeiro que tudo, e vivemos como se fôramos imortais, ou não houvera eternidade.
O maior pensar da criatura humana é comer# desde que o homem nasce até que morre anda a procurar o pão para a boca.
O não ter respeito a alguns, é procurar, como a morte, a universal destruição de todos.
Muitos cuidam da reputação, mas não da consciência.
“Enquanto Portugal teve homens de “”havemos de fazer”” (que sempre os teve) não tivemos liberdade, não tivemos reino, não tivemos coroa. Mas tanto que tivemos homens de “”quid facimus”” (que fazemos), logo tivemos tudo.”