A primeira coisa que morre em o homem é a língua e a última coisa que lhe acaba é o coração. Será talvez porque a língua é que viveu mais desunida e por isso mais solta. O coração morre com menos pressa, porque todo o sangue se une para sua defesa.
Os outros lugares, quanto mais altos, tanto menos segurança têm, e a sua mesma altura é o prognóstico certo da sua ruína.
Meditar não é outra coisa que cuidar um homem no que lhe importa ou deseja e nenhum há que não medite.
Das obras grandes ou pequenas, das ações generosas ou vis, cada um traz na própria cabeça a verdadeira medida.
Nunca se empregam os homens na luz que veem, senão nos defeitos que a luz lhes mostra.
A melhoria não está no lugar, senão na pessoa que o ocupa.
O merecimento sempre foi malvisto dos invejosos# são os olhos da inveja os que dão quebranto às ações generosas, que, como de cristal, estalam ao lume dos mesmos olhos que as veem.
Quem diz o que entende, tão fora está de mentir, que antes mentiria se fizesse o contrário.
Porque é timbre da nossa nação (Portugal), tanto que sai à luz quem pode luzir, tragá-lo logo, para que não luza.
Em nenhuma parte, tanto como em Portugal se gasta tanto papel, ou se gasta tanto em papéis.
Amar a quem me aborrece é ser humano com quem o não é comigo# aborrecer a quem me ama, é ser cruel com que não merece.
Quem se confessa por réu, não lhe fazem agravo as testemunhas.
Os brutos distinguem-se dos homens, em que os homens se governam pelo entendimento, e os brutos pelos sentidos.
Instruir é construir.
Como é necessária a vigilância na guerra, é também preciso maior cuidado na paz.
O mal não está em ser tentado, está em ser vencido.
Mas se dedicam as lisonjas ao interesse de quem as obra, do que ao decoro de quem as admite.
Não é de heróis a vingança.
Estude-se nos acontecimentos passados, que são a melhor regra para os acertos, porque, como os livros são mestres para a vida, são aqueles sucessos lição para os prudentes.
O livro visto por fora, não mostra nada# por dentro está cheio de mistérios.