Frases Sobre a Vida

Diz, fala, exclama cada um consigo mesmo, sem que seja quebrado o silêncio exterior. Há um grande tumulto; tudo fala em nós, exceto a boca. As realidades da alma, por não serem visíveis e palpáveis, nem por isso deixam de ser também realidades.

Há pais que não amam os filhos, mas não existe uma só avó que não adore o neto.

O olho do espírito em parte nenhuma pode encontrar mais deslumbramentos, nem mais trevas, do que no homem, nem se fixar em coisa nenhuma, que seja mais temível, complicada, misteriosa e infinita. Há um espetáculo mais solene do que o mar, é o céu; e há outro mais solene do que o céu, é o interior da alma.

Penetrai, a certas horas, através da face lívida de um ser humano, e olhai por trás dela, olhai nessa alma, olhai nessa obscuridade.

Uma amante não deve rir, porque isso nos encoraja a enganá-la. Vendo-a alegre, afugentamos os remorsos, se a vemos triste, volta-nos a consciência.

“Marius tinha sempre dois trajes completos; um velho, “”para todos os dias””, outro novo, para as ocasiões extraordinárias. Ambos eram negros. Tinha só três camisas, uma trazia vestida, outra estava na cômoda, e outra na lavanderia. Renovava-as a medida que iam ficando usadas. Mas como estava quase sempre coçada, abotoava o casaco até o pescoço.”

Não ver as pessoas, permite supor-lhes todas as perfeições.

Os encontros temperados com um pouco de missa são os melhores. Não há nada mais mimoso do que uma olhadela que passa por cima de Deus.

A amante era uma sepultura!

O ponteiro que avança no mostrador avança também nas almas. As opiniões atravessam suas fases.

Errar é do homem, passear é do parisiense. No fundo, espírito penetrante, e mais pensador do que parecia.

Nesta idade, os rostos dizem tudo. A palavra é inútil. Há jovens cuja fisionomia diz mais do que a boca. Olha-se para eles e fica-se a conhecê-los.

Estranho desarranjo interior que quase o incomodava.

Estamos todos condenados à morte, mas com um tipo de adiamento indefinido.

Quero beber. Quero esquecer a vida. A vida é uma invenção hedionda não sei de quem. Parte-se o pescoço a viver. A vida é uma armação prestes a vir abaixo.

O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios.

O pesar é nuvem e muda de forma.

Ao mesmo tempo que fora de nós há um infinito não há outro dentro de nós? Esses dois infinitos (que horroroso plural!) não se sobrepõem um ao outro? Não é o segundo, por assim dizer, subjacente ao primeiro? Não é o seu espelho, o seu reflexo, o seu eco, um abismo concêntrico a outro abismo?

Aceita-se a massa do infortúnio, a poeira não.

A lua batia nas árvores, algumas nuvens erravam por entre as estrelas pálidas, o mar falava às coisas da sombra, a meia voz, a cidade dormia, do horizonte subia uma neblina, a melancolia era profunda.

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