O amor, poeta, é como cana azeda, a toda boca que não prova engana.
Frases de Augusto dos Anjos
Ambiciono que o idioma em que eu te falo possam todas as línguas decliná-lo possam todos os homens compreendê-lo.
Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera.
Para onde fores, Pai, para onde fores, irei também, trilhando as mesmas ruas…Tu, para amenizar as dores tuas, eu, para amenizar as minhas dores!
Ninguém doma um coração de poeta!
É como um requiem profundo de tristíssimos bemóis…Sua voz é igual à voz das dores todas do mundo.
Se algum dia o amor vier me procurar, diz a esse monstro que fugi de casa.
Não sou capaz de amar mulher alguma, o amor da humanidade é uma mentira.
Rasga essa máscara ótima de seda e atira-a à arca ancestral dos palimpsestos… É noite, e, à noite, a escândalos e incestos é natural que o instinto humano aceda!
Como um pouco de saliva quotidiana mostro meu nojo à Natureza Humana. A podridão me serve de Evangelho… Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques e o animal inferior que urra nos bosques é com certeza meu irmão mais velho!
Tome, Dr., esta tesoura, e… Corte minha singularíssima pessoa. Que importa a mim que a bicharia roa todo o meu coração, depois da morte?!
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, a mão que afaga é a mesma que apedreja.
O homem que nesta terra miserável mora entre as feras, sente inevitável necessidade de também ser fera.
Como ama o homem adúltero, o adultério? E o bêbado a garrafa tóxica de rum?
Amas, oposto a mim. Por conseguinte chamas amor aquilo que eu não chamo.
Cansado de chorar pelas estradas, exausto de pisar mágoas pisadas, hoje eu carrego a cruz das minhas dores.
Para iludir minha desgraça, estudo. Intimamente sei que não me iludo.
A Esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a Crença, vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas da Esperança.
Ah! Dentro de toda a alma existe a prova de que a dor como um dartro se renova, quando o prazer barbaramente a ataca…