Ah o amor… que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.
Frases de Amor
Porque é tamanha bem-aventurança o dar-vos quanto tenho e quanto posso, que, quanto mais vos pago, mais vos devo.
Quem diz que Amor é falso ou enganoso, ligeiro, ingrato, vão, desconhecido, sem falta lhe terá bem merecido que lhe seja cruel ou rigoroso.
Este me parecia preço honesto; mas eu, por de vantagem merecê-los, dei mais a vida e alma por querê-los, donde já não me fica mais de resto.
Assim que a vida e alma e esperança, e tudo quanto tenho, tudo é vosso, e o proveito disso eu só o levo.
De quantas graças tinha, a Natureza fez um belo e riquíssimo tesouro, e com rubis e rosas, neve e ouro, formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza do belo rosto as rosas, por quem mouro; no cabelo o valor do metal louro; no peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia, e fez deles um sol, onde se apura a luz mais clara que a do claro dia.
Ah! minha Dinamene! Assim deixaste quem não deixará nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te, tão asinha esta vida desprezaste!
Como já pera sempre te apartaste de quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te que não visses quem tanto magoaste?
Como de dois ardores se incendia, da grande impaciência fez despejo, e, remetendo com furor sobejo, vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve a pagar seus ardores e tormentos na vista do que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos de vós, e queima o fogo aquela nave que queima corações e pensamentos.
Roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou.
O fogo que na branda cera ardia, vendo o rosto gentil que na alma vejo se acendeu de outro fogo do desejo, por alcançar a luz que vence o dia.
Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te alguma cousa a dor que me ficou da mágoa, sem remédio, de perder-te,
A Morte, que da vida o nó desata, os nós, que dá o Amor, cortar quisera na Ausência, que é contra ele espada fera, e com o Tempo, que tudo desbarata.