Não tenho vergonha de dizer que estou triste, não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas: Estou triste por que vocês são burros e feios e não morrem nunca…

Ao voltar hoje a página de um livro de filosofia, tive a revelação de que a página seguinte seria igualmente inútil.

Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino de Deus.

Sinceros? Quantos gramas de verdade é que a nossa sinceridade pesa?

Não há ninguém que coloque os outros à sua frente e não seja consecutivamente sovado. Ninguém.

Todos nós, em algum momento, já dissemos entre lágrimas: “estou sofrendo por um amor que não vale a pena”. Sofremos porque achamos que damos mais do que recebemos.

Levanto-me todos os dias antes das oito, faço dez minutos de ginástica diários, enquanto ócio as notícias, leio os jornais todos, porque faz parte do meu trabalho. Nunca trabalho à noite, porque à noite as pessoas divagam.

Preocupa não, que não vai ver mais o meu nome, nenhuma ligação. Preocupa não, que eu vou tomar vergonha na cara.

A palavrinha «farei» tem perdido impérios. O futuro só tem sentido na ponta da ferramenta.