Cada vez acho menos sabor a tudo, mesmo a não achar sabor a nada.

Talvez não tenha cada um a sua mundividência: mais certo seria dizer-se que tem a sua mundinvenção, e que só essa é real.

Na distância imprecisa, meu amor, ignoramos de nós sequer a latitude.

Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada.

Não foi programada para ninguém, é fatal para todo mundo.

Um bom malandro, um bom conquistador, tem naipe de artista e pique de jogador.

O homem é um bocado como o gato, fica preso às casas porque nelas se passaram histórias, e a casa é o guardião de todas essas histórias, problemas, alegrias etc.

Que tive que fazer minha escolha, sonhar ou sobreviver.

É preciso não relaxar nunca, mesmo tendo chegado tão longe.