Frases Gerais

Somos tão avaros em louvar os outros homens, que cada um deles se crê autorizado a louvar-se a si próprio.

O nosso bom, ou mau procedimento, é o nosso melhor amigo, ou pior inimigo.

Os governos tendem à monarquia, como os corpos gravitam para o centro da terra.

Nos nossos revezes, queremos antes passar por infelizes, do que por imprudentes, ou inábeis.

O hóspede acanhado é um dobrado incómodo para quem o hospeda.

Queixam-se muitos de pouco dinheiro, outros de pouca sorte, alguns de pouca memória, nenhum de pouco juízo.

Perdoamos mais vezes aos nossos inimigos por fraqueza, que por virtude.

Arguimos a vaidade alheia porque ofende a nossa própria.

O homem que não é indulgente com os outros, ainda não se conhece a si próprio.

Admiramo-nos do que é raro, ou singular, tanto no mal como no bem.

Quando moços, contamos tantos amigos quantos conhecidos# porém maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução do nosso testamento.

Os acontecimentos políticos humilham e desabonam mais a sabedoria humana que quaisquer outros eventos deste mundo.

Todos se queixam, uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza, ou limitação dos bens de que gozam.

A celebridade, que custa pouco, tem pequeno fulgor e duração.

Sobeja-nos tanto a paciência para tolerar os males alheios, quanto nos falta para suportar os próprios.

Não podemos deixar de ser difusos com os ignorantes, mas devemos ser concisos com os inteligentes.

É mais fácil perdoar os danos do nosso interesse, que os agravos do nosso amor-próprio.

Os homens nos parecerão sempre injustos enquanto o forem as pretensões do nosso amor-próprio.

Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam durante toda a nossa vida.