A inocência genuína rende-se; não sabe defender-se.
Frases para Pensar
O tempo chega sempre; mas há casos em que não chega a tempo.
Um verdadeiro amor é segunda inocência.
Devido ao amor-próprio, tem-se mais vergonha de um amigo, que de um indiferente, quando se tem de confessar humilhamentos, vexames de vaidade.
Eu aconselho o casamento a todo o homem que vive dezoito meses com uma mulher, e ao cabo desta eternidade de amor, ainda diz sem impostura: amo-a. Mulher que se ama, depois da convivência de dezoito meses, ama-se toda a vida, quer seja amante, quer seja esposa.
Um verdadeiro amigo não é só o homem que sofreu, e diz com palavras comovidas a sua história àquele que pode contar-lhe outra. Energia de alma, sentimentos vividos, simpatia ardente, riquezas do coração, são essas as que retribuem uma confidência.
A felicidade está em nós, não se reflete dos juízos estranhos.
O homem de talento é sempre um mau homem. Alguns conheço eu que o mundo proclama virtuosos, e sábios. Deixá-los proclamar. O talento não é a sabedoria. Sabedoria é o trabalho incessante do espírito sobre a ciência. O talento é a vibração convulsiva do espírito, a originalidade inventiva e rebelde à autoridade, a viagem extática pelas regiões incógnitas da ideia.
Não há desgraça absoluta debaixo do céu. Todos somos infelizes, quando olhamos a medalha por uma só das faces.
Todo o homem, por criminoso que seja em demasia, tem o momento da consciência, e o da contrição.
Há horas na vida em que a mais leve contrariedade toma as proporções de uma catástrofe.
A vergonha onde menos se manifesta é no rosto… Está na consciência, é uma brasa viva sempre.
As lágrimas que vêm de longe são as que mais nos doem no coração.
Amar é uma operação da alma sem dependência do corpo, apaixonar-se é uma operação do corpo sem dependência da alma.
Mas sabes tu o que é um homem de coração despedaçado e morto! Se fala, as suas palavras são terríveis e confusas como seriam as de um espectro. Se olha, o seu olhar tem centelhas de fogo que fazem aquecer as faces virgens como as da tua amante. Se respira, o seu hálito importuno e enjoa como a exalação de um cadáver!
O anjo da inocência foge de certos livros, como os editores de certos autores.
Quando o coração é aturdido por um tumulto de opostas ideias, o carácter exterior fecha-se, escurece-se, e não deixa rasto de luz que encaminhe o observador mais provado na experiência das dores que o homem esconde com egoísmo à fria curiosidade dos estranhos.
O primeiro amor: é a harpa do coração ainda não estreada, é o amor infantil, cujos vagidos não têm pronúncia. É o amor e a religião, a religião e a poesia. Não venha algum, vanglorioso do seu cinismo, desmentir-me! O relapso, desmemoriado dos tempos em que creu e esperou, não se envergonhe do respeito religioso que lhe idealizara as suas primeiras paixões. Todo o homem é poeta!
Há certas mulheres que influem sobre certos homens como o sol da zona ardente. (…) Hoje, graças aos romances, são quase todas.
Que lindas não devem ser estas criações etéreas da vaporosa imaginação de uma virgem! Como será aquele ansiar indefinido que ela tem pela realidade de uns sonhos diáfanos, em que lhe sorriam lindos mancebos de cabelos louros, em palácios de missanga, e nuvens cambiantes de todos os reflexos da inocência!…