Gosto de uma mulher com defeitos – e um ponderado excesso de carnes, às vezes, é o mais belo deles. Bem vistas as coisas, a formosura pode conviver com a gordura. O que não pode nunca é conviver com a transparência, com a falta de história, com a ausência de profundidade.
Frases para Refletir
No que se transformaria um homem obrigado a viver sem a mulher que ama? – perguntou-se, e achou que nenhuma outra pergunta resumia tão bem tudo o que tinha aprendido sobre si mesmo e sobre a espécie.
A culpa é uma coisa extraordinária. No limite, até somos capazes de confundi-la com amor.
Não tinha exatamente saudades deles: tinha talvez saudades do que eu próprio era na presença deles, desse miúdo rebelde e terno que o tempo e a América e a morte e a perda da inocência e o tédio, no seu sempre infernal encolher de ombros, se haviam encarregado de adestrar.
A História enferma com demasiada frequência do impulso de transformar em números e tendências as rugosidades, as assimetrias e os paladares.
[Futebol] O pênalti é coragem, mais até do que habilidade – e é nos pênaltis que o futebol se aproxima em definitivo da vida.
Era sempre assim, quando eu voltava à terra: as coisas começavam por parecer pequenas, quase mirradas submetidas pelo meu olhar de Lisboa, e só depois iam crescendo, até recuperarem as formas grandiloquentes da infância. Era então que me considerava de volta a casa.
Uma mulher sexy será sempre uma mulher sexy, mesmo que vestida de esquimó – e uma mulher a fingir que é sexy será sempre uma mulher a fingir que é sexy, mesmo que (ou sobretudo se) vestida com sapatos altos, meias de renda e mais nada.
O nosso Povo tem sempre correspondido nas alturas de crise. As elites, as chamadas elites, é que quase sempre o traíram, e nós estamos a ver mais uma vez que o Povo Português foi defraudado da sua boa-fé.
Filhos de pais cuja memória alcança para além do dia do primeiro parto resultam sempre em adultos mais saudáveis, desempoeirados e independentes.
Se a situação (Snu Abecassis) for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo.
O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob o pretexto for.
Nós vivemos num país de inutilidade pública, inutilidade pública que custa caríssimo e que afinal, agora, querem que continue a proliferar, obrigando os particulares a suportar todo o peso da crise económica.
Sectores como a saúde, educação e outros fazem parte das atribuições e são responsabilidade do sector público.
Quem quer constituir família procura casa e emprego e não os encontra. Os que trabalharam toda uma vida veem-se, no fim dela, condenados a morrer à míngua.
Não há futuro económico e social possível quando o problema principal não é o excesso de consumo privado, com o que nos querem convencer, mas o excesso de consumo público, a monstruosidade das despesas públicas.
Hoje vivemos na sequência de uma revolução conseguida sem sangue, que nos abriu caminhos de liberdade. Para que os possamos percorrer é indispensável o respeito absoluto das liberdades públicas e dos direitos cívicos, que vamos vendo infelizmente postos em causa.
O valor essencial da liberdade sem a igualdade torna-se aristocrático privilégio de uns quantos.
O homem de bom senso jamais cometerá uma loucura de pouca importância.
Se muitos casais perdem o desejo ao fim de alguns anos, é porque o mistério desapareceu. Se outros tantos o mantêm latejante ao fim de várias décadas, é porque encontraram uma forma de reinventar o mistério. Feitas as contas, tem de haver sempre alguma espontaneidade – até alguma pressa, alguma urgência.