Frases Sobre a Vida

Um marido, como um governo, nunca deve confessar os seus erros.

Esse privilégio de sentir-se em casa em qualquer lugar pertence apenas aos reis, às prostitutas e aos ladrões.

O ódio sem desejo de vingança é um grão caído sobre o granito.

O ódio tem melhor memória do que o amor.

Quanto mais criticamos menos amamos.

Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.

A longo prazo uma profissão é como o matrimónio; apenas se sentem os inconvenientes.

Eu gosto dos portugueses. Viajei alguns meses na sua terra, e simpatizei com as mulheres, que são quase todas gordas e vermelhas. Eu gosto muito das mulheres vermelhas e gordas.

Quem decide do futuro do homem, fora do comum das massas, que se mexem como máquinas, é a primeira mulher que se ama.

Assim começam todos os amores: assim vai até ao altar a menina que se casa; acompanham-na até lá quiméricas legiões de espíritos lúcidos, cujas asas se enlaçam, para a embalarem num coxim ideal de aspirações e santos desejos. E, depois, é muito triste vê-la, passados dois meses, a fazer um rol de roupa suja, a acertar a gravata do marido, que vai ver o cambio, ou, oh essência do materialismo! a pregar um botão nas calças conjugais! Esta é a ordem do mundo, leitores! Cinjamos os rins de silício, cubramo-nos de saco, e baixemos a cabeça ao mundo conveniente, qual ele é, porque o método é uma necessidade prima, até no romance.

No coração de uma linda mulher, quem ousa limitar ambições? Não é certo que os maus pensamentos, ao transluzirem nos olhos imperiosos dela, depuram-se ali da sua maldade, para despertarem grandes virtudes no coração do homem? Que é a mulher neste mundo, senão um ente privilegiado, para quem as leis repressivas são uma injúria? Como é que o homem, com a frágil feitura do seu código de leis, ousa intimidar, punir, julgar e condenar uma aspiração sempre grandiosa, como são todas as aspirações desferidas na harpa intima do coração da mulher-anjo?

Que lindo luar!… as noites encantadoras são a cópia fiel da minha vida… o amor no meio das trevas.

É preciso ter chorado para imortalizar o riso no livro, na estrofe, na sentença, na palavra.

A inocência, surpreendida em aparências criminosas, condena-se quase sempre por uma espécie de mudez idiota, semelhante à do crime sem defesa.

Onde estão vinte pessoas reunidas em pregão ao insulto do infortúnio, aí sem dúvida estão acobertados vinte crimes. Do elo da libertinagem ao elo da ladroeira preencham a cadeia com os fuzis que faltam.

A própria libertinagem, sopitada nos seus letargos de estafada devassidade, tem sonhos melancólicos, saudades das impecáveis alegrias da infância.

A infância é como a água que desce da bica, e nunca mais sobe.

Um casamento entre duas pessoas, habituadas a não proverem com o trabalho às suas precisões, é uma desgraça.

O infortúnio ilumina o entendimento. Para o que sofreu não ha mistérios de dor no coração do estranho.

Dívidas de amor só as paga o amor, o amor silencioso, o amor cuja linguagem balbuciam os anjos, o amor, que faz seu ninho nas fibras íntimas do seio, e aí morre, quando o peso de uma pedra fria lhe esmaga o santo asilo. (…) É esse amor que impele o homem; todos os cálculos da cabeça abortam, não vingam, se os não sanciona o beneplácito da força motriz, que roda os eixos desta máquina quebradiça, chamada vida.

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