Não acredito em um deus que não dance

Porque em noites como esta a tive entre meus braços, minha alma não se contenta com tê-la perdido.

Como ciumento sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo de sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade: sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.

Nenhuma nação gosta de considerar os seus infortúnios como seus filhos legítimos.

Saudade tem rosto, nome e sobrenome.

Que jogam suas vidas seu destino nas garras de famintos leões

Se tanta pena tenho merecida em pago de sofrer tantas durezas, provai, Senhora, em mim vossas cruezas, que aqui tendes uma alma oferecida.

Os segredos estão dento de nós. Como tudo o que sabemos, também os segredos nos constituem. Quando os seguramos, quando somos mais fortes e os contemos, alastram-se em nós. Desde dentro, chegam à nossa pele. Depois, avançam até sermos capazes de os distinguir à nossa volta. E, no silêncio, somos capazes de os reconhecer. Então, nesse momento, já não são apenas os segredos que estão dentro de nós, somos também nós que estamos dentro dos segredos.

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus – ou fora do mundo.