Frases Gerais

Há mulheres vaidosas – deixem-me assim dizer – da fidalguia do seu sofrer. Risonhas para o mundo, é muito sublime aquela angústia represada que só pode extravasar os sobejos do seu fel em uma carta anónima. Lagrimosas para si, e fechadas no círculo estreito, que a sociedade lhes traça com o compasso inexorável das conveniências, essas sim, são duas vezes anjos despenhados.

Neste mundo há só duas cousas que me afligem: são os maus charutos, e madrugadas antes da uma hora da tarde. No mais entendo que este globo é o melhor de todos para quem não tiver calos e reumatismo.

O amor faz a mulher varonil. Temos visto almas de lama apresentarem uma energia corajosa, quando o tónico do amor lhes vibra as cordas embrionárias de um coração, que parece arfar de improviso ao repentino choque, ao rapto da paixão violenta.

Na adversidade é que se fazem os grandes cálculos, e que se traçam os grandes planos.

Sou muito amigo do público; esforço-me por manter a moral na temperatura em que a encontrei; mas, como o amigo de Platão, sou mais amigo da verdade. É necessário dizer-se ao menos metade do que sei.

A virtude, quando há dinheiro, é azul sobre ouro.

A gente tem ciúmes de quem nos prevalece em merecimentos.

Todos os casamentos são felizes, quando entre marido e mulher se dá uma perfeita harmonia de vontades. (…) Da desarmonia resultam a desordem doméstica, as contrariedades pequenas, as desavenças constantes, e tudo isto porque se não entendem, nem se combinam. Entenderem-se e combinarem-se é fazer uma aliança de se não importarem reciprocamente das suas ações.

O agente principal do espírito de uma mulher é a modista.

O orgulho da mulher é a sibila de todos os seus segredos.

Homem que pensa, que estuda, que trabalha debaixo da influência tenaz de uma ideia, que cisma na imortalidade que pode dar-lhe a ciência, ou no dinheiro que pode dar-lhe um livro – tal homem só serve para marido depois que o reumatismo lhe faz ver o celibato à luz da higiene.

Nós, os homens, que nos julgamos inteligências de gravata, somos ridiculamente arrogantes da nossa superioridade. Imaginamo-nos criaturas privilegiadas com dois sentidos mais que o homem simples, sincero como a natureza o produziu, e nu dos enfeites da arte, que formam uma segunda natureza, com a qual falseamos todas as propensões ingénuas da primeira. É bem tola a nossa soberba!

Não estou bem certo da distância que vai do coração à consciência, e menos ainda se é possível envergonhar-se esta do que faz aquele. Ao primeiro intuito, consciência, coração e espírito afiguraste-me entidades que operam unidas, elevam-se unidas, despenham-se unidas, e interessam-se nos júbilos da virtude, ou nas tristezas do remorso.

O homem, verdadeiramente amante, desconfia sempre de si, receia sempre a sua inferioridade para merecer recompensa da mulher que, muitas vezes, não exige grandes provas.

Com o amor não se luta por vaidade.

O amor, se ele existe, há-de reagir contra as conveniências.

Cada qual tem o seu vidro de aumento ou diminuição. Ninguém vê como deve ver.

O coração da mulher é um abismo. Este axioma é já tão velho, que não é habilidade nenhuma repeti-lo. Habilidade é sondar o dito abismo e adivinhar a mulher. Muitos o tentam, e poucos conseguem vir a lume com a pedra filosofal. É uma exploração perigosa como a dos exploradores. É como as viagens do polo, em cujos gelos ficam sepultados os nautas atrevidos. E, se não fosse assim difícil a conquista, a mulher não valia nada. O que a faz preciosa é o segredo.

Essa divisória que nos separa do mistério das coisas a que chamamos vida.

Todo o inferno está contido nesta única palavra: solidão.

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