Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta. Existe uma desvalorização do conforto afetivo e moral. Existe a ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos ou, pior ainda, contra os outros.
Frases Gerais
As canções e os poemas ignoram tanto acerca do amor. Como se explica, por exemplo, que não falem dos serões a ver televisão no sofá? Não há explicação. O amor também é estar no sofá, tapados pela mesma manta, a ver séries más ou filmes maus. Talvez chova lá fora, talvez faça frio, não importa. O sofá é quentinho e fica mesmo à frente de um aparelho onde passam as séries e os filmes mais parvos que já se fizeram. Daqui a pouco começam as televendas, também servem.
Há muitas coisas que percebo que não sou, mas dizer exatamente o que sou não consigo. Tento, dia a dia, ganhar o título de ser uma pessoa. E já não é pouco.
A juventude é uma das condições mais arrogantes que se pode experimentar. Isto porque, atualmente, faz parte da própria noção de juventude não perceber a sua extrema transitoriedade. Todos nos dirigimos para a velhice.
Podemos ter muitas palavras para dizer uma coisa que aparentemente é a mesma, mas a verdade é que cada um a diz de uma forma diferente. É por isso que as possibilidades de reprodução do mundo pelas palavras são tantas.
A sinceridade em si é uma coisa que não passa pelas palavras mais óbvias. Pode dizer-se a verdade a mentir. Ser sincero é tentar dizer as coisas na sua globalidade e ao fazer isso estamos a mudar qualquer coisa.
Não sei o que é a loucura ou a normalidade. Para escrever é importante fugir da norma, mas duvido que isso seja a loucura.
Assim somos nós, mãe. Pelo amor, eu a refletir-te e tu a refletires-me, eu a ser reflexo de ti e tu a seres reflexo de mim. Recebi o amor que me deste e com ele te fiz. Recebeste o amor que te dei e com ele me fizeste.
Ninguém pode ou tem o direito de obrigar alguém a fazer seja o que for. Apesar de renascermos juntos, cada um tem o seu processo, o seu nível de consciência e o livre arbítrio para agir como entender.
Um velho, tal como um recém-nascido, é a natureza no seu estado mais puro, é a prova de que o ciclo da vida existe mesmo e é um professor, gratuito e incondicional, para todos os que escolherem sentar-se à sua beira, ouvi-lo e interessar-se pela matéria da alma.
Não se pode mudar ninguém, só nós mesmos. Ninguém é como nós, como tal jamais poderemos exigir que os outros tenham as atitudes que nós teríamos. Não estamos dentro das suas peles, não conhecemos a fundo as suas histórias, os traumas adquiridos nem as incapacidades que os toldaram.
O mais difícil em qualquer caminhada é dar o primeiro passo. Uma vez consumado, tudo conspira a nosso favor, inclusivamente nós mesmos.
Quando queremos muito uma coisa e temos a coragem no sangue, o mundo inteiro pode cair que nós os mantemos de pé.
É o amor, ou a falta dele, que rege o mundo. Nada de bom acontece na sua ausência e todos os passos que possam ser dados sem o seu cunho serão passos em falso.
O amor não é para ser julgado, é para ser vivido, venha ele de onde vier.
Os velhos já foram loucos, já foram rebeldes, já foram gente. E continuam a sê-lo, a malta é que os vê como plantas caídas. Se te permitires escutá-los e lhes deres tempo de antena na emissão da tua vida, não te arrependerás.
A malta nova tem a tendência de acreditar que os velhos foram sempre velhos, seres incapacitados de sentir e de viver as maiores loucuras à face da terra por amor. Mentira. Aquelas memórias fervem de imagens vividas, de momentos inesquecíveis e de histórias em que ninguém acreditaria.
Não poder mudar as pessoas é um facto demasiado incontornável para lutarmos pelo contrário. Temos de aceitar as pessoas como elas são. Por muito que nos custe, por muito que as vejamos a morrer lentamente ou a afastarem-se cada vez mais da sua divindade, temos de aceitá-las. Pelo nosso bem temos de aceitá-las.
Para perceberes tudo o que existe para lá do óbvio, é necessário estares atento aos sinais e que te permitas sentir para lá do normal. E isso só é possível se te alienares da matéria da mente e da racionalidade do que vês e do que ouves.
Somos todos responsáveis uns pelos outros e se não te responsabilizas, se não dás o teu melhor, a culpa engolir-te-á mais cedo ou mais tarde.