No amor podemos substituir uma pessoa por outra, mas não na amizade, porque cada amigo tem o seu lugar e não podemos substitui-lo.
Frases Recentes
Cada vez gosto mais de ser português e cada vez tenho mais orgulho no meu país. É-me insuportável ouvir dizer «somos um país pequeno e periférico». Para mim Portugal é central e muito grande.
São precisas muitas mulheres para esquecer uma mulher inteligente.
A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.
Eu gosto desta terra. Nós somos feios, pequenos, estúpidos, mas eu gosto disto.
Como leitor, o que eu gosto é de ler e dizer, bolas, é exatamente isto que eu sinto e não era capaz de exprimir. Quando um livro me ensina a explicitar emoções que eu sinto, esse é um livro bom.
Não há ninguém que eu odeie, acho que dá muito trabalho odiar. Há é pessoas que me são indiferentes.
Há duas coisas que certas pessoas não suportam: uma é o êxito alheio e outra a inovação, a mudança. Há, por um lado, uma reação de agrado e de adesão do público e por outro lado uma reação de desagrado que tem a ver com o ciúme, a inveja e a competição.
Desconfio, visceralmente, dos políticos e dos militares. O desejo de servir os outros será assim tão puro? Vejo a forma como lutam pelo poder, quase histérica. Nunca estão perto de nós, servimos para votar e, nos intervalos, com extrema arrogância, falam em nosso nome.
Percebo muito bem que os emigrantes só pensem em regressar, mesmo que seja para fazer casas de azulejo: há um charme lento neste país que é irresistível.
Um escritor é, por natureza, um carenciado de afeto.
A vida das pessoas move-se por desafios constantes. Aqui há tempos estive a ler uma autobiografia do Graham Greene, em que ele dizia não compreender como é que as pessoas que não escreviam escapavam à melancolia. A escrita é um maravilhoso substituto da depressão.
Neuroses e psicoses, temos todos. Quando a gente fala em esquizofrenia, temos todos. Somos todos psicóticos. O Freud chamou a atenção para isso, e atualmente está assente que não há ninguém que não seja neurótico e psicótico. Em todos nós existem esses núcleos.
Os livros permitiram-me conhecer pessoas melhores do que nós. Que têm um calibre humano que eu não tenho.
O livro é um organismo que vive independente e surpreende-nos a cada passo. Um livro não se faz com ideias, faz-se com palavras. São as palavras que se geram umas às outras. E com trabalho.
É verdade que não pode haver alegria sem tristeza, prazer sem dor. É só quando dói um dente que avaliamos o prazer de nos sentirmos bem, não é? Se a gente não compreende essa antinomia, acaba por haver uma cristalização burocrática das emoções e dos sentimentos.
Há uma parte subterrânea nas obras de arte impossível de explicar. Como no amor. Esse mistério é, talvez seja, a própria essência do ato criador. A gente não sabe…
Realmente, toda a nossa vida é uma luta e uma fuga constante à depressão e ao receio da morte, não é? E ao mecanismo que nós arranjamos para nos defendermos disso. Se a gente esgravata um bocadinho em nós próprios ou nos outros, é aquilo que acaba por encontrar, o enorme receio da solidão, do abandono (que é aquilo que as pessoas suportam pior) e da morte.
A loucura é qualquer coisa que existe em todos nós, é mais um receio que uma realidade. No fundo, o que é enlouquecer? É sair de uma determinada norma, não é? É preciso muita coragem para se ser realmente louco.
Tenho uma certa desconfiança em relação à palavra pensar. Quando se está a escrever, podemos pensar enquanto indivíduo. mas enquanto escritor… Sempre me fez confusão as pessoas que dizem: «tenho um livro na cabeça só me falta escrever».