Mas temo eu a Portugal os perigos da opulência, que os danos da necessidade.
Frases Recentes
Mais para temer é um homem desarmado, com entendimento, que todas as feras armadas, sem ele.
Nenhuma coisa trazemos os homens mais esquecida e desconhecida, nenhuma trazemos mais detrás de nós, que a nós mesmos.
O erro porque muitas vezes se não acertam as eleições dos ofícios, é porque se buscam os homens grandes nas casas grandes, e eles estão escondidos nas casas pequenas.
A inclinação mais natural, mais viva, e que mais fortes e profundas raízes tem lançado na natureza humana é o desejo ou apetite da glória.
Mas dá quem despreza o que espera, que quem dá o que possui.
Os dois nervos da guerra são gente e dinheiro.
As coisas grandes não se acabam de repente# há mister de tempo e todas têm seu tempo.
Não depende a grandeza, para a ruína, mais que de si mesma.
A diligência na guerra é tudo para com efeito se alcançar vitória.
Mas se conquistam os reinos com a guerra civil dos próprios, que com a guerra viva dos estranhos.
A mim não me faz medo o pó que hei-de ser# faz-me medo o que há-de ser o pó.
A natureza fez o comer para o viver e a gula fez o comer muito para o viver pouco.
Quem pode mostrar em sua mão os despojos, sempre tem por si a presunção da vitória.
Sendo muito poucos no mundo os homens que podem luzir, aqueles diante dos quais se possa luzir, ainda são muito menos.
Não está o erro em desejarem os homens ser, mas está em não desejarem ser o que importa.
O pó futuro, o pó em que nos havemos de converter, veem-no os olhos# o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o veem nem o entendimento o alcança.
Os homens quando testemunham de si mesmos, uma coisa é o que são, e outra coisa é o que dizem.
Perguntado a um grande filósofo, qual era a melhor terra do mundo, respondeu a mais deserta, porque tinha os homens mais longe.
O ofício há-de transformar-se em natureza, a obrigação há-de converter-se em essência, e devem os homens deixar o que são, para chegarem a ser o que devem.