Frases de Graciliano Ramos

Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.

Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício.

Acho medonho alguém viver sem paixões.

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Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte# a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano.

Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras, não deixar vestígio de idéias obliteradas.

Cartas de amor a Heloísa

Dizes que brevemente serás a metade de minha alma. A metade? Brevemente? Não: já agora és, não a metade, mas toda. Dou-te a minha alma inteira, deixe-me apenas uma pequena parte para que eu possa existir por algum tempo e adorar-te.

Escolher marido por dinheiro. Que miséria! Não há pior espécie de prostituição.

É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas# o resto é bagaço.

Só posso escrever o que sou. E se os personagens se comportam de modos diferentes, é porque não sou um só.

Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas

com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos

estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,

ainda nos podemos mexer.

O dia todo espiava o movimento das pessoas, tentando adivinhar coisas incompreensíveis.

Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão.

Mas no tempo não havia horas.

Quem escreve deve ter todo o cuidado para a coisa não sair molhada. Da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias. É como pano lavado que se estira no varal.

Os escritores brasileiros, e falo dos ficcionistas de agora e mesmo os do passado, podem no meu entender ser divididos em duas categorias: os que têm uma ‘maneira’ de escrever, e são poucos, e os que têm ‘jeito’, que são alguns mais numerosos. O resto é porcaria.

Salvo raríssimas exceções, os modernistas brasileiros eram uns cabotinos. Enquanto outros procuravam estudar alguma coisa, ver, sentir, eles importavam Marinetti. Está visto que excluo Bandeira, por exemplo, que aliás não é propriamente modernista. Fez sonetos, foi parnasiano.

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