Frases Gerais

O livro é um organismo que vive independente e surpreende-nos a cada passo. Um livro não se faz com ideias, faz-se com palavras. São as palavras que se geram umas às outras. E com trabalho.

É verdade que não pode haver alegria sem tristeza, prazer sem dor. É só quando dói um dente que avaliamos o prazer de nos sentirmos bem, não é? Se a gente não compreende essa antinomia, acaba por haver uma cristalização burocrática das emoções e dos sentimentos.

Há uma parte subterrânea nas obras de arte impossível de explicar. Como no amor. Esse mistério é, talvez seja, a própria essência do ato criador. A gente não sabe…

Realmente, toda a nossa vida é uma luta e uma fuga constante à depressão e ao receio da morte, não é? E ao mecanismo que nós arranjamos para nos defendermos disso. Se a gente esgravata um bocadinho em nós próprios ou nos outros, é aquilo que acaba por encontrar, o enorme receio da solidão, do abandono (que é aquilo que as pessoas suportam pior) e da morte.

A loucura é qualquer coisa que existe em todos nós, é mais um receio que uma realidade. No fundo, o que é enlouquecer? É sair de uma determinada norma, não é? É preciso muita coragem para se ser realmente louco.

Tenho uma certa desconfiança em relação à palavra pensar. Quando se está a escrever, podemos pensar enquanto indivíduo. mas enquanto escritor… Sempre me fez confusão as pessoas que dizem: «tenho um livro na cabeça só me falta escrever».

A felicidade não passa por nada disso, pelo sucesso, pela celebridade, pela fama. Passa por uma paz interior que eu ainda não encontrei.

Não há honestidades possíveis. Ou há honestidade ou não há.

As relações não são necessariamente falhadas, nós é que as falhamos. E depois os outros têm inveja do amor. (…) Não são nada solidários conosco quando somos felizes. As pessoas têm imensa inveja da felicidade dos outros.

Um parvo em pé vai mais longe que um intelectual sentado.

O problema dos partidos (políticos) é que se tornam reacionários porque têm de funcionar com o aparelho, como qualquer igreja.

Quando se crítica, estamos a julgar. Se julgarmos já não compreendemos, porque julgar implica condenar ou absolver.

Eu penso que aquilo que faz com que nós continuemos vivos e capazes de criar é isso mesmo, uma inquietação constante. Sem ela não pode haver criação, quem não põe, sempre, tudo em causa, arrisca-se a ter uma vida interior de três assoalhadas.

Os fins-de-semana são horríveis para os casamentos. Em Portugal resolveram o problema com um jornal enorme, que vem em saco plástico.

Ninguém é bom ou mau na cama. Se há um problema sexual, é outra coisa, mas senão há problemas concretos, basta que se gosta muito de uma mulher; se isso acontece, ela é a melhor na cama.

O próprio do homem é viver livre numa prisão. Estamos sempre condicionados e até prisioneiros de nós próprios.

Idealmente, a missão da crítica seria ajudar a ler. Em teoria, o crítico será um leitor mais atento do que os outros. Não tem necessariamente que emitir juízos de valor. Temos tendência a gostar só dos que são da nossa família, as ideias confundem-se com as nossas paixões.

Não sei qual era o escritor que dizia: todos os livros são autobiográficos, sobretudo «As Viagens de Gulliver». Acaba-se a falar só de si mesmo, porque não há mais nada, mais material aonde ir buscar, a não ser a si mesmo. Todos os livros são autobiográficos. Acabamos por só falar daquilo que, no fundo, conhecemos.

Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio previne-o.

O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes.

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