Eu digo-lhes o que é a marca dos vencedores: uma solidão moderada e moderada procura de prazeres e de louvores.
Frases Gerais
Escrever é isto: comover para desconvocar a angústia e aligeirar o medo, que é sempre experimentado nos povos como uma infusão de laboratório, cada vez mais sofisticada. Eu penso que o escritor com maior sucesso é aquele que protege os homens do medo: por audácia, delírio, fantasia, piedade ou desfiguração.
A razão é como a mulher honestíssima e sem parentes, que em tudo está falta de auxílio e de liberdade.
As primeiras impressões não são decisivas. Às vezes são fatais, mas não decisivas.
O ódio do poder, o ódio duma civilização vitoriana ou outra qualquer, é ainda uma forma de reconhecer-lhe direitos. Não se empurra pelas escadas abaixo uma imagem e o seu santuário, sem estarmos a declarar-lhes a sua virtude feudal.
Nada se aprende das recordações# são um manjar frio que só os gulosos devoram.
Os maiores revolucionários foram conservadores em coisas de arte, e os maiores artistas foram quietistas em assuntos políticos. Entende-se por isto que no revolucionário há uma nostalgia do consumado, e no artista há um cepticismo da realização.
As revoluções só se detêm com as guerras. As nações, cada vez mais enredadas nas suas embaraçosas decisões, hão-de pôr fim querer sair delas através dum risco cego, duma experiência que pareça resumir a verdade conjuntural.
A mulher, até pelo seu grande poder de insignificância, é muito menos vulnerável que o homem.
Os atos de clemência dos príncipes muitas vezes não são mais do que tácticas políticas para conquistar a afeição dos povos.
A moderação das pessoas felizes deriva da calma que a boa fortuna dá ao seu temperamento.
A clemência, que passa por ser uma virtude, é, umas vezes, um ato de vaidade, outras, de preguiça, muitas, resultado do medo, mas é quase sempre a combinação dos três.
É necessário ser-se mais virtuoso para conviver com a boa sorte do que com a má.
Todos nós temos a força suficiente para suportar os males alheios.
Temos mais força do que vontade e é por isso mesmo que nos desculpamos imaginando que as coisas são impossíveis de atingir.
O mal que praticamos é mais bem tolerado pelos outros do que o bem que praticamos.
Os caprichos da nossa vontade são ainda mais estranhos do que os do destino.
A maioria pensa que é mestra de si mesma, quando, de facto, obedece, e, se escolhe livremente, o coração leva-a ao caminho não escolhido.
O orgulho mantém-se sempre e não perde nada de si mesmo quando renuncia à vaidade.
As paixões têm a sua lógica própria e fabricam injustiças, o que faz com que seja perigoso segui-las. Logo, devemos ser cautelosos mesmo quando aos nossos olhos parecem justificáveis.