Na sabedoria há qualquer coisa de estéril.
Frases para Refletir
O humor ilude-nos como uma faísca num campo escuro. A verve um tanto imoderada, uma corrupção do sentimento que se faz galhofa, um medo de ganhar nome de suspeita virilidade. Quem não troça é beato ou é eunuco.
Escrevo para desiludir com mérito, que é a maneira de se fazer lembrar com virtude.
O que é um poeta, afinal? Uma intacta opressão da alma.
Eu digo-lhes o que é a marca dos vencedores: uma solidão moderada e moderada procura de prazeres e de louvores.
Escrever é isto: comover para desconvocar a angústia e aligeirar o medo, que é sempre experimentado nos povos como uma infusão de laboratório, cada vez mais sofisticada. Eu penso que o escritor com maior sucesso é aquele que protege os homens do medo: por audácia, delírio, fantasia, piedade ou desfiguração.
A razão é como a mulher honestíssima e sem parentes, que em tudo está falta de auxílio e de liberdade.
As primeiras impressões não são decisivas. Às vezes são fatais, mas não decisivas.
O ódio do poder, o ódio duma civilização vitoriana ou outra qualquer, é ainda uma forma de reconhecer-lhe direitos. Não se empurra pelas escadas abaixo uma imagem e o seu santuário, sem estarmos a declarar-lhes a sua virtude feudal.
Nada se aprende das recordações# são um manjar frio que só os gulosos devoram.
As revoluções só se detêm com as guerras. As nações, cada vez mais enredadas nas suas embaraçosas decisões, hão-de pôr fim querer sair delas através dum risco cego, duma experiência que pareça resumir a verdade conjuntural.
Os maiores revolucionários foram conservadores em coisas de arte, e os maiores artistas foram quietistas em assuntos políticos. Entende-se por isto que no revolucionário há uma nostalgia do consumado, e no artista há um cepticismo da realização.
A mulher, até pelo seu grande poder de insignificância, é muito menos vulnerável que o homem.
Os atos de clemência dos príncipes muitas vezes não são mais do que tácticas políticas para conquistar a afeição dos povos.
A moderação das pessoas felizes deriva da calma que a boa fortuna dá ao seu temperamento.
A clemência, que passa por ser uma virtude, é, umas vezes, um ato de vaidade, outras, de preguiça, muitas, resultado do medo, mas é quase sempre a combinação dos três.
É necessário ser-se mais virtuoso para conviver com a boa sorte do que com a má.
Todos nós temos a força suficiente para suportar os males alheios.
Temos mais força do que vontade e é por isso mesmo que nos desculpamos imaginando que as coisas são impossíveis de atingir.
O mal que praticamos é mais bem tolerado pelos outros do que o bem que praticamos.