Frases Filosóficas

A luta com as palavras, a luta para fabricar um universo vivo, um livro, é a única chance que temos de ficarmos grávidos. E depois queremos todos ter filhos perfeitos e lindos que nos prolonguem a vida.

Tive a sorte de ter amigos muito bons. O meu avô dizia, um homem pode não ter dinheiro, mulher, trabalho. Se tiver amigos não é pobre.

Não sou uma pessoa muito alegre. Sou introvertido. Fechado. Cheio de dúvidas. Não me é fácil viver comigo. Parece que estou sempre em guerra civil.

Quanto mais silêncio houver num livro, melhor ele é. Porque nos permite escrever o livro melhor, como leitor.

Apaixonas-te porque vais para o outro corpo como uma bola na praia. Os mecanismos mentais são tão inconscientes que nos movimentamos e vivemos por pulsões. Todas as coisas são arbitrárias.

Desde que me lembro, desde os 4 ou 5 anos, o que me interessava era escrever. Às vezes tinha um jantar marcado com uma rapariga e acabava por ficar a escrever. Sentia-me culpado quando não escrevia, muito culpado. Depois, parece que os livros foram aparecendo em contínuo.

Aprende-se a escrever, lendo. E é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros.

Eu não sinto prazer em escrever – sinto prazer, sim, na leitura. Mas se não escrever sinto-me pior, não sei, começo a fica impaciente.

Toda a invenção e memória. (…) Quem nos arranja os materiais é a memória. As tais coisas de que a gente não fala e aparecem nos livros, de maneiras desviadas.

Antes da «Memória de Elefante» escrevi muitos livros, tive foi o bom senso de os deixar na gaveta. É um livro de principiante. O primeiro de que não me envergonho é a «Explicação dos Pássaros».

Nós temos medo do que queremos. Vivemos todos em Corroios, não temos palhaços de louça nas prateleiras, temos dentro da cabeça.

Acho que os escritores percebem muito melhor o que escrevemos que os críticos. Os escritores têm, afinal, a mesma humildade dos leitores comuns. Os críticos raramente entendem o nosso trabalho.

Escrevo quase todos os dias, quando posso, à noite. Faço uma primeira versão, que escrevo em blocos, na cama, sentado no chão. Sempre à noite porque não acho fascinante levantar-me cedo. Fico até às tantas.

Viver em Portugal é fácil? Às vezes parece-me tudo a Póvoa de Santo Adrião, sabe?

Um escritor, como um cantor e um pintor é sempre a voz de qualquer coisa que está latente nas pessoas.

Escrevo com dificuldade, sou muito lento, o que parece paradoxal em relação ao número de livros que já publiquei. Mas, se não escrevo, é como se me vestisse sem tomar banho. Um grande desconforto interior.

Às vezes espanto-me pelo facto de as pessoas se surpreenderem quando digo que escrevo todos os dias. Penso que é tudo e cada vez mais uma questão de trabalho. Um trabalho diário, persistente. Espanto-me de ver os bares sempre cheios de artistas.

As mulheres são muito mais fortes do que os homens. Aguentam muito melhor a solidão. São mais corajosas diante da doença. Vi isso quando estava a fazer quimioterapia.

Talvez não se pudesse amar uma casa como a uma pessoa. Mas podia-se, mesmo assim, amar através de uma casa as pessoas com quem se fora feliz nela.

Isto às vezes é tremendo porque a gente quer exprimir sentimentos em relação a pessoas e as palavras são gastas e poucas. E depois aquilo que a gente sente é tão mais forte que as palavras…

Entre na sua conta Frases