Fazes-me falta, estou ausente de mim própria.

Pena não ser burro. Não sofria tanto.

Que mundo é esse que ninguem sabe mais amar.

Viver em Portugal é fácil? Às vezes parece-me tudo a Póvoa de Santo Adrião, sabe?

Porque «nenhum homem é uma ilha», também nós não somos homens de pedra que não se emocionam com as nobres paixões do amor, amizade e compaixão humana.

Os homens só me lisonjeiam enquanto não me torno incómodo para eles. Se tento, no entanto, servir algum fim que julguem prejudicá-los, passam imediatamente ao ultraje e à calúnia só para defenderem os seus interesses. E aqueles que não tomam parte ativa, geralmente curvam-se por cobardia.

Cada autor tem os seus objetos literários e os meus sempre foram aqueles que estão à minha volta e os da memória. Ter voltado para o local onde estão as grandes referências e reencontrar-me com elas, e ao mesmo tempo sentir o despertar de emoções que estavam adormecidas, permite-me um diagnóstico diferencial quando em confronto com os factos sobre o que entretanto se tinha bestializado.

Qual o caminho da gente? Nem para frente nem para trás: só para cima. Ou parar curto quieto. Feito os bichos fazem. Viver… o senhor já sabe: viver é etcétera…

Os homens parecem não considerar os seus defeitos suficientes: aumentam-lhes ainda o número através de algumas qualidades singulares com as quais simulam enfeitar-se, e cultivam-nas com tanto desvelo que elas acabam por tomar-se defeitos naturais e já não depende de eles corrigi-los.