Frases para Refletir

Toda a invenção e memória. (…) Quem nos arranja os materiais é a memória. As tais coisas de que a gente não fala e aparecem nos livros, de maneiras desviadas.

Aprende-se a escrever, lendo. E é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros.

Eu não sinto prazer em escrever – sinto prazer, sim, na leitura. Mas se não escrever sinto-me pior, não sei, começo a fica impaciente.

Antes da «Memória de Elefante» escrevi muitos livros, tive foi o bom senso de os deixar na gaveta. É um livro de principiante. O primeiro de que não me envergonho é a «Explicação dos Pássaros».

Nós temos medo do que queremos. Vivemos todos em Corroios, não temos palhaços de louça nas prateleiras, temos dentro da cabeça.

Acho que os escritores percebem muito melhor o que escrevemos que os críticos. Os escritores têm, afinal, a mesma humildade dos leitores comuns. Os críticos raramente entendem o nosso trabalho.

Escrevo quase todos os dias, quando posso, à noite. Faço uma primeira versão, que escrevo em blocos, na cama, sentado no chão. Sempre à noite porque não acho fascinante levantar-me cedo. Fico até às tantas.

Viver em Portugal é fácil? Às vezes parece-me tudo a Póvoa de Santo Adrião, sabe?

Escrevo com dificuldade, sou muito lento, o que parece paradoxal em relação ao número de livros que já publiquei. Mas, se não escrevo, é como se me vestisse sem tomar banho. Um grande desconforto interior.

Às vezes espanto-me pelo facto de as pessoas se surpreenderem quando digo que escrevo todos os dias. Penso que é tudo e cada vez mais uma questão de trabalho. Um trabalho diário, persistente. Espanto-me de ver os bares sempre cheios de artistas.

Um escritor, como um cantor e um pintor é sempre a voz de qualquer coisa que está latente nas pessoas.

As mulheres são muito mais fortes do que os homens. Aguentam muito melhor a solidão. São mais corajosas diante da doença. Vi isso quando estava a fazer quimioterapia.

Talvez não se pudesse amar uma casa como a uma pessoa. Mas podia-se, mesmo assim, amar através de uma casa as pessoas com quem se fora feliz nela.

Isto às vezes é tremendo porque a gente quer exprimir sentimentos em relação a pessoas e as palavras são gastas e poucas. E depois aquilo que a gente sente é tão mais forte que as palavras…

Ninguém sabe o que é a morte, mas não faz muita diferença porque também nunca sabemos o que é a vida.

Os homens nuca dizem: «Já não gosto.» Dizem: «O problema não está em ti, está em mim. Preciso de pensar, preciso de espaço…». As mulheres são muito mais diretas: «Deixei de gostar de ti.» E pronto. Os homens nunca o dizem por que querem que a mulher fique de reserva.

É mais sensual uma mulher vestida do que uma mulher despida. A sensualidade é o intervalo entre a luva e o começo da manga.

Não quero que me respeitem a mim, quero que respeitem a honestidade do meu trabalho.

Muitas vezes as coisas que nos tocam mais são aquelas que na altura em que estão a acontecer nem nos apercebemos.

Nós somos felizes só por instantes. Temos medo de viver um grande amor. Estamos muito mais habituados a sofrer do que a ser felizes.

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