Dizem mal de tudo com uma insinceridade genial. Os Portugueses são a gente mais insincera que há. Por isso são raramente grandes artistas.
Frases para Refletir
A infância vive a realidade da única forma honesta, que é tomando-a como uma fantasia.
As coisas simples são indissolúveis. Não havendo nelas contradição, a tendência é para serem duráveis.
A arte não pode ser política, nem sujeição social, nem glosa duma ideia que faz época# nem mesmo pode estar de qualquer forma aliada ao conceito «progresso». É algo mais. É o próprio alento humano para lá da morte de todas as quimeras, da fadiga de todas as perguntas sem solução.
Eu acho que não há inteligência sem coração. A inteligência é um dom, é-nos concedida, mas o coração tem que a suportar humildemente, senão é perfeitamente votado às trevas.
Demasiada lucidez é culpada num mundo de cegos, que com a cegueira se contemplam sem desastre de maior.
Antes de desejarmos fortemente uma coisa, devemos examinar primeiro qual a felicidade daquele que a possui.
Fim – o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa.
O mundo não precisa de originais, mas de criaturas livres para além de todas as possibilidades humanas.
É extraordinário como nos tornamos violentos quando queremos agradar ao mundo. Agradar ao mundo resume o comportamento da sociedade nos seus aspectos mais retóricos.
Quase ninguém repara em ninguém. Em parte, porque o espaço que nos circunda está cheio de chamadas, de perigos e de júbilos# o ser humano, longe do que se pensa, é o que menos se nota no mundo.
Acabarei como aquele que disse que pouco louvou na vida e se arrepende de não ter louvado ainda menos.
Politizar sem primeiro instruir provoca a intervenção do mais grosseiro rosto dos desejos humanos. Aparece a cupidez e a insolência, e por aí adiante.
As palavras não significam nada se não forem recebidas como um eco da vontade de quem as ouve.
Nós, as mulheres, o que nos faz amar um homem é aparentá-lo com tudo o que amamos – o tempo da crise, da puberdade, da gestação, do enigma# os primeiros rostos, as primeiras carícias, os primeiros medos.
Um povo já não acredita nas promessas dos governantes, porque perdeu a vontade fanática que o levava a acreditar e a tecer razões para isso.
O amor dos animais contém muito da desaprovação pelos seres humanos e é próprio dum melindroso estado de revolta que não encontrou a sua linguagem.
A competição é só civilizadora enquanto estímulo# como pretexto de abater a concorrência, é uma contribuição para a barbárie.
Os tempos são ligeiros e nós pesados, porque nos sobram recordações. Quem se alimenta delas sofre e descuida as alegrias, mesmo que sejam rápidas e se escondam da nossa razão.
Só se pode sentir a evidência das coisas até um certo ponto: além disso, ou nos rebaixamos ou nos aproximamos do sentimento superior que nos liberta. De facto, o verdadeiro estado de liberdade é o de ultrapassar a imaginação.